
Dos desertos aos duelos, o faroeste foi um dos pilares do cinema clássico que ajudou a moldar a linguagem como um todo, e segue vivo, mesmo depois de tantas revisões. Esta lista reúne nove filmes essenciais pra entender como o gênero nasceu, mudou e ainda influencia histórias sobre poder, vingança e sobrevivência.
1. O Grande Roubo do Trem (1903) Edwin S. Porter

- Letterboxd: 3,5/5,0
- IMDb: 7,2/10
Em 1903, antes de Leone, Ford ou Eastwood, já existia aqui a semente do western neste filme de Edwin S. Porter. Assalto, fuga e vingança em 12 minutos secos e diretos. Um de seus maiores pioneirismos foi na montagem paralela, onde dois acontecimentos em lugares diferentes são filmados se alternando para gerar tensão e uma ação pura.
2. No Tempo das Diligências (1939) – John Ford

- Letterboxd: 4,0/5,0
- IMDb: 8,5/10
Aqui foi onde o faroeste virou “cinema sério”. John Ford transforma uma viagem de carroça em microcosmo social, misturando pistoleiros, damas, bêbados e banqueiros num deserto sem lei. É um filme sobre tensão, julgamento e sobrevivência, com direção segura e paisagens que viraram referência. Foi o começo de John Wayne como ícone, e o começo do faroeste como o gênero mais popular do século XX.
3. Rio Vermelho (1948) – Howard Hawks

- Letterboxd: 4,0/5,0
- IMDb: 7,7/10
Um faroeste de vaqueiros, orgulho e fraturas familiares. Howard Hawks filma a travessia de um rebanho como se fosse uma guerra civil entre gerações. John Wayne está no limite entre herói e tirano, enfrentando Montgomery Clift num embate de masculinidades opostas. É bruto, denso e decisivo. Um dos primeiros a mostrar que o western podia ser sobre mais do que tiros e cavalos.
4. Rastros de Ódio (1956) – John Ford

- Letterboxd: 4,0/5,0
- IMDb: 7,8/10
John Ford filma o Monument Valley como pintura, mas o que importa é o que está apodrecendo por dentro. Ethan Edwards, vivido por um John Wayne monstruoso, parte em busca da sobrinha raptada por índios — mas o que move ele é raiva, obsessão e preconceito. O filme não romantiza nada. É uma crítica pesada embutida dentro de uma das maiores jornadas do gênero. Um filme de despedida a fase mais moralista do western.
5. O Homem que Matou Liberty Valance (1962) – John Ford

- Letterboxd: 4,4/5,0
- IMDb: 8,1/10
Quando a lenda vira verdade, publique-se a lenda. Esse é o ponto. Ford já velho olha para o faroeste com olhos cansados e amargos. É um filme sobre quem conta a história, quem apaga o sangue, quem vira herói no fim. Nada é simples aqui: nem os tiros, nem os homens, nem o que resta depois que o Oeste acaba. Um dos filmes mais essenciais da história do cinema.
6. Trilogia Dos Dólares (1964 – 1966) – Sergio Leone

- Letterboxd: 4,0/5,0 – 4,2/5,0 – 4,5-5,0
- IMDb: 7,9/10 – 8,2/10 – 8,8/10
Com Leone, o faroeste vira outra coisa. Acaba o moralismo, entra o estilo. Eastwood surge como um fantasma armado, sem passado, sem causa. Os filmes são secoa e cheios de silêncios que dizem mais que falas. A trilha de Morricone é meio ópera, meio duelo. Em três filmes, o velho oeste vira espetáculo — mas também vira fim de linha. Uma trilogia sem continuidade, mas extremamente marcante pra história do cinema, e da cultura popular.
7. Era Uma Vez No Oeste (1968) – Sergio Leone

- Letterboxd: 4,4/5,0
- IMDb: 8,5/10
Sergio Leone troca os tiroteios por silêncio e cria um faroeste onde cada plano parece eterno. A trilha de Morricone não acompanha a imagem, ela a transforma. A história é simples, mas o tom é de fim de mundo. Bronson é o homem sem nome com uma gaita e um passado. Fonda, um vilão de sangue frio. E Claudia Cardinale, o futuro tentando nascer no meio da poeira. É o testamento do western clássico. E a lápide dele também.
8. O Grande SIlêncio (1968) – Sergio Corbucci

- Letterboxd: 4,1/5,0
- IMDb: 7,7/10
Corbucci congela o faroeste. Tudo branco, tudo quieto. O herói é mudo, o vilão é a cara do mal, e a justiça não chega. É mais uma vez, o fim do mito que tanto propaga o Spaghetti western, contado com raiva e sem consolo. Um filme que não poupa o espectador, não oferece esperança e termina com uma das viradas mais cruas do gênero. Puro pessimismo. E por isso mesmo, inesquecível.
9. Os Imperdoáveis (1992) – Clint Eastwood

- Letterboxd: 4,2/5,0
- IMDb: 8,2/10
Eastwood nunca foi o herói limpinho. Mas aqui ele deixa tudo mais nu: o faroeste sem glória, sem redenção, só com gente cansada e escolhas que cobram caro. O personagem dele já matou, já tentou mudar, mas o mundo insiste em puxar de volta. Nada é simples: nem o bem, nem o mal, nem o gatilho. O filme levou o Oscar de Melhor Filme, Diretor e mais, mas não soa como celebração. É um epitáfio. O fim de uma era, mas não da época dos cowboys, e sim, do gênero Western nos cinemas.

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